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Esse tal de Arduino

Por Tatiana de Mello Dias, reportagem completa em ESTADÃO.COM.BR

Como uma plataforma aberta criada para estudantes impulsionou o hardware livre ao atrair curiosos e fãs de eletrônica que querem construir seus próprios aparelhos

Sábado, 11h, 30 graus. O calor em São Paulo estava quase insuportável, mas em um casarão no bairro Santa Cecília, ele não foi páreo para placas, fios e circuitos – trio que centralizou as atenções dos presentes. Na Oficina Arduino 100 Noção, todos os olhares estavam fixos nas entradas da protoboard, placa usada para o aprendizado de eletrônica.

Eles estavam lá para entender o que é, afinal, o Arduino, plataforma que populariza o conceito de hardware livre. Assim como o software, o hardware open source é desenvolvido de forma aberta, sem patentes, e seu projeto pode ser recriado de diferentes formas. E, depois dos conceitos, vem a prática. Tudo o que todo mundo queria, naquela manhã, era só uma coisa: fazer que a luzinha da placa acendesse.A oficina ocorre quinzenalmente no Garoa Hacker Clube, comunidade de amantes de eletrônica que funciona no porão da Casa de Cultura Digital. Quem dá as aulas é o desenvolvedor Cláudio Miklos, membro do clube fundado no começo de 2011. Ele não pediu autorização para começar a dar as oficinas sobre uma de suas paixões.

Criado em 2005, o Arduino surgiu como um projeto para estudantes. Aprender eletrônica era caro: um microcontrolador custava 100 euros. Por isso estudantes do Instituto de Design de Interação de Ivrea, na Itália, decidiram fazer sua própria placa. Buscaram colaboradores e, assim, Massimo Banzi criou uma tecnologia eficiente e acessível, compatível com Windows, Mac e Linux. As placas foram feitas em dois dias. Chegou a hora de fazer um software que as fizesse conversar com o computador.

“Surgiu a vontade de fabricar algo de maneira mais profissional”, diz Gianluca Maertino, cocriador da plataforma, no filme Arduino, o Documentário. Logo as placas começaram a ser vendidas – sem perder sua característica livre: qualquer um poderia recriá-las, desenvolvê-las e fazer qualquer coisa com aquilo.

É isso o que permitiu o surgimento de oficinas como a de Cláudio Miklos. Uma placa de Arduino custa cerca de R$ 100. Mas o padrão aberto permite que ela seja reproduzida e conectada ao software, barateando ainda mais a produção. Naquele sábado, os alunos trabalhavam em um kit que não custou mais do que R$ 30. E ali cada um tinha um objetivo diferente.

reportagem completa

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